quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mamãe, quero ser uma lixeira!

Levando a Soledad na escola, paramos no sinal vermelho justo atrás do caminhão de lixo.  Aborreci e bufei imediatamente pela desgraça alcançada, cedo de manhã.  Sole ficou radiante e feliz, pois o caminhão era verde maçã, e os lixeiros estavam em plena ação, pegando um monte de sacos e caixas do chão.  O sinal abriu e decidimos não ultrapassar, pra ficar olhando o trabalho dos caras.  Eles riam, enquanto carregavam os pesados fardos de sujeira.  Então o monstro abriu a boca e mastigou tudo, abriu a boca novamente e pediu mais.  Altas emoções dentro do carro, ao ver todo esse lixo sendo engolido com tanta fome. 
Sinal abriu, entramos na avenida novamente e eu escuto:
Mamãe, eu quero ser forte como eles, me vestir de laranja como eles.  Quando crescer, eu quero ser lixeira!

9 comentários:

  1. Eu, quando criança, assistia a uma matéria sobre garotas de programa no Globo Repórter (sim, minha mãe era uma sem-critério ao me deixar ver coisas como essas) e vendo aquele mundo de "luxo e glamour", onde meninas ganhavam muitos dinheiros em uma época de extrema recessão, não pestanejei: "mãe, quando eu crescer, quero ser puta". hahahahah!

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  2. Sensaciona,l Conti!!!! Não virou puta, mas glamour não lhe falta.

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  3. é muito lindo este blogue!
    cheguei via doidivana. assinei agora o rss.

    lembrei que uma amiga minha alemã queria uma roupa pra ir em raves como as dos lixeiros aqui. e ela sempre dizia que eles eram lindos, musculosos, sorridentes. saudade dela.

    um abraço

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  4. Cavalito rojo y lixeira.
    Sole vai longe.
    Besitos desde o plannalto.
    Hehé

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  5. kkkk... adorei! a pequena deve ter tido a sensação de que eles eram super-heróis enfrentando um monstro comedor de lixo!
    quando crianças nossos referenciais de futuro profissonal são baseados em fantasias, o que é maravilhoso! eu queria ser manicure, minha filha mais velha quer ser bailarina (um clássico!) já a mais nova (de 2 anos) quer ser desenho animado.
    Besos.

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  6. o bacana é saber que esta pequena exigente, como dizemos aqui na Bahia, "não tá comendo nada"...
    a aventura do conhecimento é prosseguir no (pensando lispector) sentido-já das coisas...
    minha mãe conta que meus olhos vibravam quando via o padeiro puxar o barbante e embrulhar os pães - vara e cacetinho - num movimento super sincronizado...tempo depois quando me fez aquela pérola-pergunta sobre "o que vc quer ser quando crescer"... fui na lata: trabalhar na Padaria da Fé. Ogum já se/me mostrava suas falas tecnológicas... Foi mais fácil que aprender o que era crescer.

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  7. sou amiga dos lixeiros aqui da rua. adoro os caras. nunca vi um lixeiro triste.

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