terça-feira, 8 de março de 2011

As mina, pa!



Como vamos romper com a herança que recebemos, heavy, monstra, de sermos mulheres do jeito que nos foi dado?  
Eu garanto, falar disso com nossos filhos, contar e pensar a linha do tempo das mulheres da nossa casa, falar das transformações, da desgraça de ser mulher, da mágica de ser mulher, é uma militância muito mais eficiente do que sair andando pelas ruas numa data X.  Ouvir o que eles têm pra falar sobre o assunto pode ser muito surpreendente; eles são intuitivos, livres e inteligentes.
As minhas filhas já me transformaram profundamente como mulher.
Eu já transformei a minha mãe, com minha transformação.
A gente recebe o fardo de cima pra baixo, e a revolução vem de baixo pra cima.
A revolução é das crianças.

3 comentários:

  1. Que liiindooo!!! Minassss pá, guerreiras da Z/O! rssss
    Um beijão em cada uma ♥
    Prila

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  2. "Quando nasci um anjo esbelto,
    desses que tocam trombeta, anunciou:
    vai carregar bandeira.
    Cargo muito pesado pra mulher,
    esta espécie ainda envergonhada.
    (...)
    Minha tristeza não tem pedigree,
    já a minha vontade de alegria,
    sua raiz vai ao meu mil avô.
    Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
    Mulher é desdobrável. Eu sou."
    (Adélia Prado)

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